domingo, 22 de setembro de 2013

Swim Deep @ Town Hall, Birmingham

Por Simone Ribeiro
Fotos Rob Dann

Psicodelia na medida certa


First things first, a curiosidade em ver um show no Town Hall de Birmingham era tão grande quanto ver o Swim Deep em si, por isso mesmo que tentei chegar cedo ao local. 

Infelizmente, e como já era de se esperar em uma sexta-feira, a fila já estava algumas voltas na Victoria Square, por isso tive que esperar um pouco para conferir a venue por dentro.

Fato é que o lugar costuma receber tantos artistas e bandas importantes (joga no google os nomes que já se apresentaram por lá), que não poderia ser diferente se dissesse que por dentro, o Town Hall é bastante bonito. Um prédio de arquitetura imponente que merece ser visitado de qualquer maneira, já que é  atração turística da cidade.

Gostei também de saber que perto de nossas cadeiras, sim porque tô velha para encarar pista, tinha um bar bacana com Peroni e Magners à disposição, mesmo que por £4 cada. E até que valeu a pena gastar uma graninha a mais, afinal de contas era dia de ver uma das bandas brummies mais promissoras do momento se apresentar por aqui.

O Swim Deep, para quem ainda desconhece, faz um som indie (bem puxado para o shoegazing que confesso: tomou meu coração quando ouvi She changes the Weather, pela primeira vez). Uma das músicas mais bonitas de 2013, pode apostar!

Por estarem “em casa” e terem acabado de lançar o primeiro cd, Where The Heaven Are We, esse show no Town Hall tinha tudo para ser especial. E foi. Por começar pelo público presente. Uma galerinha bem nova (digo, nova que te faz se sentir um tanto quanto idosa, por um momento), mas que parece seguir o grupo por onde quer que eles passem. Sabem as letras de todas as músicas, fazem roda punk e cantam em coro até a versão (bacana) que a banda faz para Girls just Wanna Have Fun, da Cyndi Lauper. Um estusiasmo só!



Wolf Alice em ação

Mas bem antes disso tudo acontecer tivemos as bandas de abertura: Sundara Karma e Wolf Alice. A segunda delas merece destaque. Anotem esse nome: Wolf Alice. O que há três anos era somente um projeto solo da vocalista Ellie Rowsell, se transformou em uma senhora banda de respeito prestes a lançar seu primeiro Ep, intitulado Blush.

O som que a Wolf Alice faz é bastante influenciado Hole e Elastica. É grunge , apesar de se definem como uma banda“ rocky pop”. Eles já abriram shows para outra prata da casa, o Peace, e não vai demorar muito para ficarem mais conhecidos. Destaque para a música Fluffy


O show do Swim Deep começou às 10 horas, em uma pontualidade brummie. Foi impossível não perceber o quanto voltar a tocar em casa, logo após terem estourado tão rápido, era algo muito especial para a banda. Singles, Eps lançados no Japão, algumas passagens por festivais importantes, shows de abertura para o Two Door Cinema Club e um álbum fresquinho lançado no mês passado. Tudo isso em apenas dois anos de existência. 

Era de se esperar que eles trouxessem flores, como de praxe, e até coral para celebrar todo o caminho percorrido desde 2011. 





Mas a verdade é que o Swim Deep faz som de gente grande.  Passeiam com autoridade por uma psicodelia que lembra um pouco as bandas da saudosa cena musical de “Madchester”. Um shoegazing digno de se jogar sapatos para o alto mesmo. Aliás, tinham vários voando pelo palco porque apesar da idade, os fãs do Swin Deep sabem como curtir o bom e velho rock & roll.

O show foi, logicamente, baseado no repertório do cd Where The Heaven Are We, e as esperadas King City, Francisco, The Sea, Honey, (a lindíssima) She Changes de Weather, mais a special performance do tecladista Austin “Ozzy” Williams fizeram a noite entre “os novinhos” valer a pena. 




O som do Swim Deep faz todo mundo se sentir renovado mesmo. Diria até que foi como estar de volta aos anos 90, lá pelos meus quase 20 e poucos anos, sem medo de ser feliz!