Funk roots rebobinando

Por Luciane Castro (@lucianecastro)

kool & The Gang

Um dia, numa hora do almoço qualquer do ano de 2009, visitei meu pico preferido da Paulista: a Livraria Cultura do Conjunto Nacional. Bem, não se tratava de uma simples visita, era um daqueles momentos em que saio para encontrar algo muito bom para comprar, o que significa um bom livro de futebol, revistas e algum DVD que valha a pena ter em casa.

Nessas, dei de cara com Rebobine Por Favor - "Be kind Rewind" - e achei por bem tê-lo em minha estante e fazer uma pequena surpresa ao maridão. Na trilha do filme, para minha desesperada surpresa, rola um som dos anos 80 que eu dancei MUITO! Me levou de volta ao início da década que muita gente amaldiçoa, mas que esta senhoura ama e preserva fortemente em alguns aspectos (outros são veladamente descartados por conta da vergonha) e não posso deixar de balançar a cabeça, bater as mãos e controlar os pés para não sair dançando por aí como uma retardada sem noção.Muito antes do funk que hoje se apresenta, rolavam nos bailinhos cuidadosamente preparados na casa dos amigos, aquele velho e pesado funk.

Aquele balanço que não deixa quem tem um mínimo de negão rolando nas veias e este é o meu caso. Era Jimmy "Bo" Horne, KC and the Sunshine Band, Kool and The Gang, The Gap Band, Brass Construction, só pra ficar entre os mais roots do balanço.Esta "senhoura" lembra, com um pouquinho de orgulho, de parar umas dezenas de colegas da escola na hora do intervalo para dançar. Também participava de concurso, fazia apresentação no clube do bairro nas matinês de sábado e domingo. Ai que saudade!

Pra quem tem mais de 30, tá bom, sendo mais exata, pra quem tem quase 40 e mais do que isso, vai lembrar bem dos sons que posto agora pra vocês.
E não se balance, caso não tenha um sangue negro rolando nas suas veias. Aqui, to no balanço há pelo menos 30 anos. Funk é roots, assim como reggae é roots, rock é roots, blues é roots e jazz, idem!